O Tropeirismo
O tropeirismo representou um papel fundamental na formação da identidade e cultura rio-grandense. O tropeiro era um personagem que mangueava tropas de mulas ou cavalos, tranqueando gado e mercadorias por descampados, corredores e estradas empoeirando o lombo dos dias e meses, incansavelmente, onde os destinos eram estabelecimentos rurais, charqueadas e os frigoríficos. Tropear era uma atividade, que se estendia desde o século XVII até o século XX, contribuindo para integração da região sul com o resto do país. Os tropeiros, pacientemente, movimentavam a troca de experiências, tradições e saberes. Onde foi moldando a cultura local, influenciando aspectos como a música, a culinária e os costumes da região.
Diante ao aspecto econômico, os tropeiros foram instrumentos valiosos de ligação cultural. Ao longo de suas tropeadas entre sóis, luas, chuvas, temporais, geadas, intempéries que judiavam de fato, levavam não só produtos, mas em suas malas de garupa da alma carregavam histórias, crenças, músicas e costumes que, despacito, foram se enraizando nas regiões por onde cruzavam.
No Rio Grande do Sul, a presença dos tropeiros e a simplicidade que lhes era característico, influenciou elementos marcantes da cultura local. A música tradicionalista gaúcha, guitarreadas e canções que narraram a vida no campo, carregando muito da vivência tropeira. A culinária também foi marcada por essa tradição, com pratos como o carreteiro e o churrasco, típicos das longas viagens e da vida campeira.
O tropeirismo foi mais do que uma atividade econômica, ajudou a construir a nossa identidade, contribuindo de forma profunda para a formação cultural do Rio Grande do Sul. Os tropeiros foram homens extraordinários, de uma resistência e valores tantos superando desafios inimagináveis pelas tropeadas afora e sustentando nossas origens brilhantemente.